quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Odontogênese - Lâmina dentária e lâmina vestibular

Odontogênese é o período em que os elementos dentários são formados. Esse é um complexo fenômeno de indução celular e molecular entre o ectomesênquima, constituído pela migração das células da crista neural ao nível do mesênquima da cavidade oral, e o epitélio oral primitivo.

A odontogênese é dividida em fases: lâmina dentária, botão, capuz, campânula, formação da coroa e raiz. Nessas fases ocorrem alterações responsáveis pela proliferação, diferenciação celular, morfogênese, histogênese e maturação dos órgãos dentários.




No embrião, a cavidade oral primitiva é revestida pelo ectoderma, um delgado eptélio. Por volta do 22º dia este epitélio entra em contato com o endoderma que reveste o tubo digestivo anterior, formando a membrana bucofaringea, que persiste ate o 27º dia de desenvolvimento embrionário, no qual sofre desintegração. Assim, é estabelecida a comunicação entre o estômago e a faringe e o resto do tubo digestivo. Nessa fase, a cavidade oral primitiva é revestida por um epitélio e aproximadamente duas ou três camadas de células, que recobrem o tecido que esta sendo invadido por células de origem ectodérmica, geradas nos cristais neurais. Elas migram quando as pregas neurais dobram, chegando a regiões do futuro crânio e da face; uma c=vez nos locais esse tecido de origem neural, passa a agir como um mesênquima, originando estruturas de natureza conjuntiva, sênquima. O fator indutor inicial está no epitélio oral primitivo, que na quinta semana de vida intrauterina começa a proliferar, invadindo o ectomesênquima subjacente e produzindo uma banda eptelial contínua em forma de ferradura na região em que irão se formar os arcos dentários. Ocorrem interações entre o epitélio e o ectomesênquima.
O cordão epitelial, sofre após sua formação uma bifurcação , resultando em duas populações epiteliais proliferativas que fazem a mesma forma dos arcos. A banda epitelial localizada do lado externo, ao continuar sua proliferação e aumentar o número de células, tem as centrais degeneradas, dando lugar a uma fenda que constituirá o fundo de saco do sulco vestibular, localizando –se entre a bochecha/lábios e os futuros arcos dentários. Por isso, essa divisão se denomina lâmina dentária, representando o futuro arco dentário. Nessa estrutura, a proliferação celular continua, levando a um profundamento maior no ectomesênquima do que a lâmina vestibular, esse fenômeno é decorrente da modificação da orientação do fuso miótico das células em divisão: o fuso se torna perpendicular ao eptélio oral e as células filhas sobrepõem-se, invadindo cada vez mais o ectomesênquima.
Por esse motivo, entre a 6
º e 7º semana, observa-se apenas a lamina dentaria, em consequência do rápido estabelecimento do sulco vestibular. Assim, a lâmina dentaria permanece como uma proliferação epitelial em forma de ferradura, seguindo uma orientação perpendicular a superfície do epitélio oral, como a banda epitelial primaria, porem aprofundando-se mais no ectomensênquima. AS células mais internas da lâmina dentária têm como o restante do epitélio oral uma lâmina basal subjacente, que é muito dinâmica e desempenha papel no processo de odontogênese, participando das interações entre epitélio e ectomesênquima.


Referência:  KATCHBURIAN E.; ARANA V. Histologia e Embriologia Oral. 2ª edição. Guarnabara Koogan. 2004. 388p

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